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Nasa apresenta pela 1ª vez imagens completas do Sol 

Dom, 06 Fev, 02h08

           Washington, 6 fev (EFE).- A Nasa, agência espacial americana, apresentou neste domingo pela primeira vez imagens da superfície solar e de sua atmosfera, que darão uma visão do astro e ajudarão a melhorar os prognósticos climatológicos.
            Este trabalho é o resultado das observações realizadas pelas duas sondas solares do Observatório de Relações Solares -Terrestres (Stereo, por sua sigle em inglês), que a Nasa enviou em 2006.
            As sondas foram enviadas a pontos diametralmente opostos do Sol para estudar como afeta o fluxo de energia e de matéria solar à Terra.
            Seus instrumentos proporcionaram uma nova visão do sistema solar e em 2007 geraram as primeiras fotografias tridimensionais do Sol.
            "As novas imagens ajudarão a melhorar o planejamento de futuras missões de naves espaciais robóticas ou com tripulação para o sistema solar", afirmou a Nasa em comunicado. EFE

 FONTE: http://br.noticias.yahoo.com/s/06022011/40/saude-nasa-apresenta-pela-1-imagens.html

Qual a importância da descoberta de bactéria anunciada pela Nasa?

Por Isis Nóbile Diniz, da Redação Yahoo! Brasil:
                                                                       Nasa


A Agência Espacial Americana (Nasa) anunciou no Dia da Astronomia, quinta-feira (2), que pesquisadores encontraram, em um lago da Califórnia, Estados Unidos, bactéria que incorpora o arsênio - um veneno letal para a maioria dos seres vivos - no DNA. O que, diziam empolgados os cientistas, terá impacto na busca de formas de vida extraterrestre. Mas por quê?
Em busca de uma explicação científica e compreensível para leigos, o Yahoo! entrevistou Carlos Alexandre Wuensche, professor titular e responsável pela linha de pesquisa em cosmologia do obersvatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O astrofísico é apaixonado pela astrobiologia, ciência que estuda a vida fora da Terra, desde 2004. E, com exclusividade, responde as principais dúvidas sobre o tema:
Yahoo! - Qual a importância da descoberta?
Carlos Alexandre Wuensche - O principal é que está confirmado, mas tem gente que contestou a pesquisa, que existem outras possiblidades de a vida se rearranjar, diferentemente do que conhecíamos até agora. A gente sabia que os seres vivos eram compostos por carbono, nitrogênio, oxigênio, hidrogênio, fósforo e enxofre. A supresa está nessa bactéria, no lugar do fósforo, usar arsênio. Para entender, imagine que o DNA é uma escada. O fósforo é a lateral da escada, neste caso, no lugar dele, há o arsênio. Além disso, trata-se do inesperado porque o arsênio é um veneno para a maioria das espécies.
Y! - Por que alguns pesquisadores contestam a descoberta?
CAW - Quem contesta diz que o arseniato no lugar do fosfato deveria gerar uma reação química que desmontaria a estrutura do DNA. Mesmo assim, a descoberta é fantástica porque deve haver uma reação que a gente não conhece que estabiliza o DNA composto com arseniato. Agora, os pesquisadores estão procurando outras bactérias em lugares ricos em arsênio para checar se existem outras semelhantes.
Y! - Mas já existia hipótese de vida baseada em outros elementos químicos, não é?
CAW - Um artigo, publicado em 2003, falava da hipótese de vida baseada em silício. O problema é que ele possui uma série de limitações físicas. No lugar da água - que permite que aconteçam processos químicos que dão origem à vida -, deve existir nitrogênio, amônia ou metano líquido. Mesmo assim, um fator complica essa criação. O silício trabalha em temperatura abaixo de zero, em por volta de -200 ºC. O metabolismo nessa condição é mais lento e a energia é baixa, tornando essa formação mais complicada. Sem contar que nitrogênio, amônia ou metano líquido são menos abundantes que a água.
Y! - Por que os pesquisadores relacionaram a descoberta com a chance de encontrar vida fora da Terra?
CAW - Porque, até agora, a gente procurava algo parecido com o que conhecemos na Terra. Com a descoberta, há uma versatilidade para procurar vida fora do planeta. Pode ser que perdemos a chance de encontar vida fora do planeta, por não saber que certeza se existia desse tipo. Mas os pesquisadores não começaram o estudo, no lago da Califórnia, de olho nisso. Eles estudavam o lugar por ser muito salino e, mesmo assim, existirem bactérias vivendo bem lá. Sem querer, ao ver que o DNA incorpora o arsênio, surgiu a surpresa.
Y! - Quais as principais dificuldades em encontrar vida fora da Terra?
CAW - Desconsiderando encontrar vida inteligente, já que outra civilização teria que enviar um sinal para cá e a gente captar, pode ser que resquícios de bactérias que já existiram ou bactérias vivas sejam encontradas em Marte ou nas luas de Júpiter. Na Terra, mais de 99% dos organismos vivos são bactérias. Em Marte, por exemplo, há uma grande quantidade de gás metano. Sabe-se que o elemento pode ser derivado de respiração vegetal e o nitrogênio, por exemplo, de decomposição de sistemas vivos. Então, o subsolo do planeta pode estar repleto de bactérias ou, outra hipótese, é que alguma atividade geológica como vulcões gera o gás. O solo do planeta será escavado e analisado em busca de bactérias. A melhor maneira é ir até os planetas, luas, etc. Mas as distâncias entre eles e a Terra são muito grandes. Para chegar ao sistema estelar mais próximo de nós, o Alfa Centauri, seriam necessários 176 mil anos viajando na velocidade do ônibus espacial (28 mil km/h).
Y! - Por que por telescópio ainda não encotramos vida extraterrestre, já que podemos analisar os compostos de corpos celestes?
CAW - A gente tem que ter a sorte de apontar para o lugar certo. Além disso, para se ter uma ideia, de 500 planetas encontrados fora do Sistema Solar apenas no máximo seis são parecidos com a Terra. Talvez, a próxima geração de satélites seja capaz de ver mais longe e analisar os elementos químicos desses planetas.
Y! - Apesar de todos esses obstáculos, acredita-se que ainda encontraremos vida em outro lugar que não seja a Terra? Aliás, por que os cientistas insistem nas luas de Júpiter?
CAW - Pensando de maneira bem ortodoxa, se eu tiver que apostar uma garrafa de um bom vinho, diria que encontraríamos vida simples como bactérias dentro do Sistema Solar. Só não saberia dizer quando, pois seria um chute. Pode demorar 100 anos ou dez. As luas de Júpiter alimentam esperanças por terem um tamanho parecido com o da Terra e uma temperatura média acima de 0ºC, que consegue manter a água líquida - um ambiente bacana para as bactérias aparecerem. Uma vida mais complexa já é outra história. Primeiro, pois como surgiu a vida na Terra continua sendo um mistério. Aliás, esse é o pulo do gato. Depois, a evolução é algo mais complicado ainda. Envie uma bactéria para o espaço. É capaz que ela sobreviva em uma rocha por anos. Um ser humano morreria por vários motivos, falta de oxigênio, radiação, infecção.